CORTA FORA

CORTA FORA
De Gabriel Tonin

PERSONAGENS
Doutor
Roma
Judite, enfermeira

PRÓLOGO

(enquanto a plateia se acomoda, dois focos separados apresentam o Doutor e Roma quase estátuas; o Doutor corta lentamente alguma fatia grande de carne e Roma é um homem barbudo, mascando um chiclete; black-out)

1º ATO

(Roma entra correndo)

ROMA
O que eu queria? O que eu vou falar que eu queria? Sabe o que eu queria? Eu só queria entrar aqui, desse mesmo jeito, com essa mesma roupa e essa mesma cara peluda e apertar o botãozinho do foda-se pra toda essa merda. De repente eu nasci, aí inventaram que eu posso plantar isso, mas não posso plantar aquilo; que eu posso gostar de azul, mas não posso gostar de rosa; que eu tenho que manter a minha munheca rígida pra ser respeitado nesse mundo redondinho. A munheca rígida e um pau grande. Ser másculo e viril, colocar a mulher de quatro em todas as situações, ajoelhada sobre o meu poder de macho com esse meu músculo pendurado, massageando o meu saco por ser uma simples serva. Sabe o que eu queria? Sabe o que eu queria? Que vocês não tivessem medo dessa vida. Que vocês não tivessem medo do que não compreendem e do que não fazem parte. Eu só queria que os respirantes fossem respeitados, sejam eles branco, preto, azul, verde ou amarelo. Os que tem pinto e os que não tem, os que são frescos e os que não são. Os que são fortes e os que são fracos. Que merda é essa que a gente tá espalhando pro futuro? A gente tá aqui nesse planetinha, rodeado por estrelinhas, em uma galaxiazinha, num possível universozinho dentre tantos outros universozinhos, pra fazer o que da vida? (sublinhando) Por que você se importa tanto?

(um pedaço de carne grande voa dentro de cena e o atinge na cabeça; Roma cai desconcertado)

DOUTOR
(entra cantando)
“Homem é homem
Menino é menino
Macaco é macaco
E viado é viado

Todo mundo!

Homem é homem
Menino é menino
Macaco é macaco
E viado é viado”

(o Doutor arruma os seus instrumentos em uma mesa)

ROMA
Diz que deu, diz que dá
Diz que Deus dará
Não vou duvidar, ô nega
E se Deus não dá
Como é que vai ficar, ô nega
Diz que Deus diz que dá
E se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega
Deus dará, Deus dará

DOUTOR
Deus é um cara gozador, adora brincadeira.

ROMA
Pois pra me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria, eu nasci batuqueiro brasileiro.

DOUTOR
Ladrão, bicha e maconheiro.

ROMA
O Brasil graças a deus é a porra de um puteiro! Eu tenho carteirinha, registro profissional.

DOUTOR
Só na casa do caralho. (pausa) Deite-se.

(Roma se deita em uma maca; o Doutor o cobre com um lençol e Roma abre as pernas)

ROMA
Eu tenho medo de sentir dor, Doutor. Dá pra pular essa parte da vida?

DOUTOR
Anestesia é droga. Eu sou contra a liberação.

ROMA
Mas você é um médico especializado, não é? Diga que é. Você é um médico especializado, não é?

DOUTOR
Fiz faculdade na escola da vida também. Filosofia e competência é um bagulho particular.

ROMA
Mas tente fazer não doer.

DOUTOR
Eu tenho certificado profissional. Fique tranquilo.

(o Doutor levanta algum instrumento, ainda se preparando)

ROMA
Essa porra tá enferrujada?

DOUTOR
Não é por falta de cuidado. As coisas ficam velhas. Relaxe.

ROMA
Doutor, já passei por tanto perrengue nessa vida. Até eu conseguir implantar fio por fio dessa minha barba, foi uma provação. Não é fácil passar pela adolescência com esse meu problema, doutor. Mas a gente tem que fazer o que dá na telha nessa vida, não é, doutor? Não é?

DOUTOR
Sem dúvida. Contanto que esteja de acordo ao conselho regional, nada pode te impedir de ser quem você é.

ROMA
Eu não me lembro de ter participado desse conselho. Eu não fui convidado pra reunião nenhuma. E se eu tiver uma opinião?

DOUTOR
Sobre algo que você não pratica?

ROMA
Sobre algo que tenha a ver com meu corpo.

DOUTOR
Relaxe. Vou tentar fazer sem dor dessa vez. (chama) Judite!

(Judite entra sensualmente com uma garrafa de whisky e um copo com gelo)

ROMA
É pra esterilizar?

DOUTOR
Pra esterilizar a minha cabeça. Obrigado, querida.

(Judite sai rebolando e fazendo graça, no típico fetiche masculino por enfermeiras)

ROMA
Posso esterilizar a minha também? Pra eu não ficar tão nervoso, Doutor.

DOUTOR
Seu plano não cobre o custo do copo. Podemos fazer algum esquema por fora, se preferir.

ROMA
Eu trouxe o meu próprio relaxante. Só preciso preparar.

DOUTOR
Seu plano não cobre a liberdade de trazer remédio de casa.

ROMA
Por favor, Doutor! Pelo amor de deus! Eu tô com um medo que parece que meu cu vai fechar de tanto pavor.

(silêncio)

DOUTOR
Tudo bem. Mas seja rápido. Tenho futebol à tarde.

ROMA
Não vai demorar.

(Roma se senta na maca, retira um pacote da bolsa e um pedaço de papel)

ROMA
Ainda bem que o senhor é liberal, Doutor. Eu já não aguento mais essa sociedade hipócrita do caralho.

(o Doutor observa Roma enrolar um cigarrinho com espanto)

DOUTOR
Que merda é essa?

ROMA
Relaxa, Doutor. Rapidinho eu termino aqui. Só duas bolinhas já dá pra eu relaxar.

(o Doutor dá um tapa forte na mão de Roma, fazendo voar todo o produto)

DOUTOR
Você tá maluco, playboy? Perdeu a noção de espaço? Isso daqui é casa de família, de sociedade de gente do bem, de gente trabalhadora. Você tá tirando com a minha cara?

ROMA
Mas eu também sou trabalhador, Doutor. Como é que você acha que eu tô conseguindo pagar por essa cirurgia?

DOUTOR
É sério que você ia acender essa porra na frente dessas pessoas? Elas são obrigadas a aceitar essa sua pouca vergonha? Vocês, filhos da puta, querem exigir respeito, mas ficam forçando a sociedade a aceitar esse tipo de baixaria. Essa cidade não aceita esse tipo de intervenção artística, meu colega.

ROMA
Era cênico. Não é maconha de verdade. Fui tentar comprar aqui ontem, mas não se acha mais não. A polícia tá fazendo vista grossa agora. Só se encontra cocaína nos dias de hoje.

DOUTOR
Cocaína? Você quer morrer, seu desgraçado? Não fale esse nome aqui dentro desse estabelecimento!

ROMA
Não, eu não curto! Eu não curto cocaína!

DOUTOR
Chega! Isso já passou dos limites da moral e dos bons costumes. Eu vim de família boa, meu querido. Já não basta eu ter aceitado essa pouca vergonha antinatural que você decidiu fazer com o seu corpo.

ROMA
O meu plano cobre.

DOUTOR
Barbado e sem pinto? Qual é o sentido disso tudo?

ROMA
Eu me faço essa pergunta todo dia. Qual o sentido disso tudo?

DOUTOR
Homem é homem, menino é menino, macaco é macaco e viado é viado.

ROMA
Pois eu passei e vou passar por todas as fases porque eu sou a porra de um mutante. Com tanto alimento transgênico, com tanta brincadeira nuclear, você queria que eu me tornasse uma baleia? Que eu me tornasse uma galinha? É óbvio o que isso ia dar. Mas acredito piamente que tudo que é existente nessa nossa existência é natural. Até o sobrenatural pode ser explicado na ciência.

DOUTOR
(chama) Judite!

(Judite entra rebolando)

JUDITE
Sim, senhor.

DOUTOR
Você acredita em fantasmas, Judite?

JUDITE
Eu não, senhor.

DOUTOR
E por que você não acredita em fantasmas, Judite?

JUDITE
Porque somos cientistas, Doutor.

DOUTOR
Você acredita que existe coisas nesse mundo que não é fruto da natureza, Judite?

JUDITE
Acredito, Doutor. Muitas das merdas foram feitas pela mão do próprio homem.

ROMA
Mas o homem não faz parte da natureza? Se o homem faz parte da natureza, até as cagadas foram cagadas naturais.

DOUTOR
Cale a boca, viadinho. Eu estou tentando praticar um pouco de filosofia aqui. Judite, o plano dele cobre uma massagem?

JUDITE
Deixe me ver. (ela confere em um prontuário) Cobre sim, Doutor.

ROMA
Ufa, enfim uma notícia boa.

DOUTOR
Pode começar, então.

JUDITE
Na cabeça, no ombro, joelho, pé ou no saco?

DOUTOR
Hum. No saco tá de bom tamanho.

(o Doutor se senta, e Judite se ajoelha e faz a massagem escondida da plateia; Roma, se revolta quando percebe que a massagem não é nele; drama exagerado; Roma pode cantar alguma música brega sobre solidão e dor de amores; Judite sai de cena; o Doutor se ajeita e tira uma marmita de algum lugar; Roma está triste e cabisbaixo)

ROMA
A gente vai continuar com isso, Doutor? Eu tô me sentindo tão abandonado nessa vida.

DOUTOR
Tô no meu intervalo. Eu também sou gente e eu também preciso comer.

ROMA
Me desculpe. Não foi isso que eu quis dizer.

(silêncio; o Doutor come sua marmita em silêncio; Roma aguarda sem reclamar)

DOUTOR
Hum. Eu tenho um palpite do sentido disso tudo.

ROMA
Que palpite?

DOUTOR
O porquê você tá louco pra fazer isso.

ROMA
E por que é?

DOUTOR
Além da carência existencial, claro.

ROMA
E o que seria, então?

DOUTOR
Você quer mamar nas tetas do governo.

ROMA
O que?

DOUTOR
Com toda essa porcaria de direitos humanos pós-guerra, o povo tem dado um jeito de se vitimizar cada vez mais só pra mamar nas custas dos serviços sociais.

ROMA
Oi? Eu não entendi.

DOUTOR
A tal da bolsa travesti. Você ouviu falar?

ROMA
Calma aí...

DOUTOR
Você quer arrancar seu pau fora pra não precisar trabalhar mais. Tá na cara. Maconheiro e vagabundo é só isso que sabe discutir e fazer.

ROMA
Calma, Doutor. Você está me pré-julgando. Essa minha dúvida existencial vem de muito antes.

DOUTOR
Mas fala que você não vai querer se aproveitar das cotas? Conheço bem o seu tipo. Eu tive aula de psicologia na faculdade, meu caro. Um folgado a gente descobre no olhar.

ROMA
Eu nunca pensei por esse lado, Doutor. Eu tô aqui porque eu preciso de ajuda pra me encontrar.

DOUTOR
Aí você vai se fazer de vitimizado por essa sociedade cruel que não vai aceitar um barbudo sem pinto e vai pedir ajuda dos serviços sociais. Quer apostar?

ROMA
Doutor! Pelo amor de deus! Eu achei que você fosse algum tipo de profissional com o mínimo de compaixão ao próximo! Você quis ser médico nessa vida por qual motivo?

DOUTOR
Pagam bem. Não tem profissão melhor remunerada.

ROMA
Você tá de sacanagem comigo.

(Roma se levanta irritado e se arruma pra sair)

DOUTOR
Onde você vai?

ROMA
Eu desisto. Cansei dessa expectativa lazarenta. Você tá querendo me fuder, isso sim.

DOUTOR
Seu plano não cobre desistência nessa altura do campeonato.

ROMA
Então o que? Você vai arrancar meu pau à força?

DOUTOR
Lei é lei. Eu estou defendido pela constituição.

ROMA
E o meu direito de ir e vir também está defendido pela constituição.

DOUTOR
Não se você assinou um contrato. Judite!

(Judite entra com um contrato)

DOUTOR
Leia pra mim, querida.

JUDITE
“Eu, Rômulo Leonardo Xavier, mais conhecida como Roma Barbada, solicito que cortem fora o meu cacete e implantem uma vagina no lugar. Tomo a total responsabilidade de lidar com o preconceito dessa sociedade cruel, de lidar com os meus custeios pelo resto da vida sem mamar nas tetas do governo e sem me prostituir pra conseguir o ganha pão. Prometo não reclamar da dor, nem do sal cicatrizante e nem do vírus do HIV que é predominantemente uma doença homossexual...”

ROMA
O que?

DOUTOR
Deixe ela terminar!

JUDITE
“O plano de seguro cobre massagem ao especialista quantas vezes ele precisar e não há desculpas para desistência do paciente.”

DOUTOR
Viu?

ROMA
Pois então, Judite, faça me um favor de mudar o especialista. Quero trocar de médico, por favor. Esse daqui está me tratando com descaso e esse material está todo enferrujado!

JUDITE
Não temos nenhum outro especialista competente para esse tipo de situação, amigo. Amiga. Esse é o Brasil.

DOUTOR
Aceite que dói menos, meu querido. Minha querida. Deite na maca.

ROMA
Pode ser “amigo”, pode ser “meu querido”. Eu não me importo com isso não. Com pinto ou sem pinto pouco me importa como vão me chamar.

DOUTOR
Deita logo, porra!

(a contra gosto, Roma obedece e se deita)

DOUTOR
Pode sair, Judite.

(Judite sai; o médico se ajeita novamente para começar o procedimento; ele arruma os seus instrumentos vagarosamente, e Roma abre as pernas apreensivo)

ROMA
Tenha piedade de mim, Doutor.

DOUTOR
Você tá liberado pra fazer uma oração, se quiser.

ROMA
Eu não tenho religião.

(o Doutor levanta um serrote imenso e velho)

DOUTOR
Preparar! Apontar! Corta fora essa porra!

(black-out; ouvimos gritos e barulhos de metal)


2º ATO

(ainda no escuro ouvimos Roma se lamentar)

ROMA
O que eu queria? O que eu vou falar que eu queria? Sabe o que eu queria? Eu só queria entrar aqui, desse mesmo jeito, com essa mesma roupa e essa mesma cara peluda e apertar o botãozinho do foda-se pra toda essa merda. De repente eu nasci, aí inventaram que eu posso plantar isso, mas não posso plantar aquilo; que eu posso gostar de azul, mas não posso gostar de rosa; que eu tenho que manter a minha munheca rígida pra ser respeitado nesse mundo redondinho. A munheca rígida e um pau grande.

(as luzes acendem em resistência; Roma com um pedaço de linguiça grande em uma mão, e com a roupa completamente ensanguentada)

ROMA
Ser másculo e viril, colocar a mulher de quatro em todas as situações, ajoelhada sobre o meu poder de macho com esse meu músculo pendurado, massageando o meu saco por ser uma simples serva. Sabe o que eu queria? Sabe o que eu queria? Que vocês não tivessem medo dessa vida. Que vocês não tivessem medo do que não compreendem e do que não fazem parte. Eu só queria que os respirantes fossem respeitados, sejam eles branco, preto, azul, verde ou amarelo. Os que tem pinto e os que não tem, os que são frescos e os que não são. Os que são fortes e os que são fracos. Amigos, amigas. Queridos, queridas...

(o Doutor e Judite entram e tiram a roupa de Roma e o vestem com uma “roupa de mulher”; a cena acontece em silêncio absoluto)

JUDITE
É pra você não sofrer, meu amigo.

DOUTOR
Tudo bem você ser lésbica agora, já que você afirmou que sua condição de cortar o pinto fora não muda sua orientação sexual.

JUDITE
Mas já que agora tem vagina, as coisas precisam mudar um pouco.

DOUTOR
Não dá pra ser limpinha e pura se tiver pelos no sovaco.

JUDITE
Pode ser gay, mas não precisa ser bichinha. Não é mesmo, flor?

DOUTOR
Você pode ser o que quiser até. É uma democracia, não é?

ROMA
Desde que o mundo aceite.

(o Doutor e Judite ficam em um silêncio raivoso; Judite pega a linguiça da mão de Roma)

JUDITE
Churrasco!

DOUTOR
Aê, caralho!

(os dois saem e voltam com uma churrasqueira e algum fardo de cerveja; os dois podem cantar algum samba clássico, enquanto Roma permanece calado em choque)

DOUTOR
Vamos comemorar a vida, meus amigos! Não há tempo pra frescuras do cotidiano. Todo mundo tá cansado desse dramalhão existencial, não tá? Churrasquinho bom pra gente esquecer os problemas da vida e fim!

JUDITE
Toca Zeca Pagodinho, eu adoro o Zeca Pagodinho!

DOUTOR
Chega dessa discussão de gênero, seu dramaturgo! Você não cansa? Querem implementar uma ditadura gayzista nessa porra! É o cúmulo. Eu não preciso aceitar. Por que se importam tanto se eu vou aceitar ou não? Seja viado, mas seja viado lá no seu canto. Caralho!

JUDITE
Buceta! Teatro é pra gente se divertir. Não tem essa de ficar enchendo o saco e cutucando as feridas de uma sociedade conservadora. Vamos montar um musical da próxima vez? Um musical bem alegre e contente?

DOUTOR
Cadê o sal? Faltou o sal.

(Judite sai correndo e volta com um pacote de sal)

JUDITE
Tá aqui.

DOUTOR
Pra cicatrizar.

(o Doutor joga o pacote de sal dentro das calças de Roma; Roma grita enlouquecido de dor)

DOUTOR
É pro seu bem, meu querido. É tudo pro seu bem.

(Doutor e Judite cantam alguma música do Zeca Pagodinho; os dois se abraçam bêbados e trocam salivas, enquanto Roma sofre)

JUDITE
Era grande essa linguiça, hein. Vai dar pra alimentar todos aqui dentro. Quem vai querer?

DOUTOR
Não dá pra entender o descontentamento dessas pessoas. O mundo está às avessas. Se deus tivesse me dado esse dom, toda essa vantagem, eu iria fazer bom proveito e não me fazer de viadinho vítima da sociedade malvadona. Vai entender essas pessoas.

JUDITE
Você gosta de linguiça, Doutor?

DOUTOR
Assada sim. E você, Judite? Gosta de linguiça.

JUDITE
Eu amo uma linguiça. Como cru.

DOUTOR
O plano cobre massagem por tempo indeterminado?

JUDITE
Massagem por tempo indeterminado.

(os dois saem se atracando)

ROMA
(canta) “E o sal em  minha flor
Não está queimando mais do que sempre queimou
Não é que eu não sinta a dor
Mas eu só não tenho mais medo de me machucar
E o sangue na veia
Não está pulsando menos do que sempre pulsou
E essa esperança é
A única coisa que me faz continuar”

(ele dá um grito de desabafo)

ROMA
Não entendi porra nenhuma do que está acontecendo aqui dentro de mim! (longo silêncio) Corta!

(black-out)


FIM


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