MANUAL DO INFECTADO

MANUAL DO INFECTADO

PERSONAGENS
LUMBERJACK
ATOR
ATRIZ

EPÍLOGO

(em vídeo, um letreiro apresenta o espetáculo)

LETREIRO
No ano 2019, cientistas encontraram a cura para o vírus do HIV. Milhares de vidas puderam limpar o sangue e a moral em uma campanha pública, patrocinada pela indústria farmacêutica, em seu primeiro ato de bondade humana da história. Para o desagrado e desespero dos conservadores, o sexo finalmente pode voltar a ser praticado sem medo, sem culpa, sem a preocupação de uma punição divina com a morte. (pausa) No ano 2021, outro vírus sexualmente transmissível foi descoberto.

(black-out)

ATO 1

(quando as luzes se acendem, Lumberjack está transando com um cachorrinho de pelúcia; os dois atores estão vendados e amordaçados cada um em uma cadeira)

LUMBERJACK
Praticar sexo bareback, ou pros desinformados, sexo sem camisinha, não é considerado crime. O que é crime, segundo os artigos 130, 131 e 132 do código penal brasileiro, é uma pessoa transmitir doenças sexualmente transmissíveis para outra, com provas concretas do propósito. A pena para esse crime é de três meses a um ano de cadeia.

(ele continua em seu sexo selvagem, uivando algumas vezes)

LUMBERJACK
Vitamine-se! Todo macho recém-convertido ao bare, recém-convertido ao sexo no pelo, lá no fundo, quer ser carimbado para se tornar um bom e delicioso vitaminado. Meu sangue pulsa igual dentro do seu cu ou da sua buceta. Meu sêmen te dará vida eterna, vida longa aos inimigos, marcação e diferenciação nessa sociedade malvadona. Não há necessidade de sermos limpos e puros. O medo já passou.

(ele goza escandalosamente; ouvimos diversos sons de animais, de cavalos à baleias)

LUMBERJACK
Algumas leituras da Psicologia, fundamentada na Teoria Freudiana, classificam a Zoofilia como um transtorno da sexualidade humana. Nas leituras tradicionais a zoofilia é considerada como uma perversão sexual humana, associando-a a transtornos neuróticos, rudez, insensibilidade e grosseria aliada a um bloqueio afetivo de amor a um parceiro humano. O híbrido, ou a mistura de espécies, não é novidade na natureza. Também não é novidade o adolescente que tem seus primeiros orgasmos com uma cabrita ou um bezerro. Todo o apetite sexual vem da necessidade de se esfregar com o vivo, de se esfregar com o quente e com o úmido, desde pequenas bactérias até a maior das baleias. Da esfregação de corpos celestes que a vida se fez vida, que a estrela se fez estrela. Da esfregação que eu e você estamos aqui, que eu e você podemos desfrutar desse nosso tesão hormonal. Pode ser que tenhamos sofrido algum estupro alienígena nos nossos antepassados, pode ser. Pode ser que o anjo que anunciou o filho de Maria tenha sido algum cientista alado de outras civilizações que desconhecemos. Da esfregação, do oba-oba, que também se faz a morte.

(os dois atores tentam gritar por trás da mordaça; eles se debatem desesperados)

LUMBERJACK
Antes de sentarem nessas cadeiras vocês verificaram se não existia alguma agulha contaminada? Antes de entrarem nesse teatro vocês limparam o chão que passaram pra não serem contaminados por algum tipo de vírus mortal? Vocês não deviam confiar na minha boa vontade, no meu bom caráter humano, na minha compaixão depois que eu descobri estar vitaminado. Eu tenho porra nenhuma a perder. (para os atores) Calem a boca! Eu tô tentando me concentrar um pouco aqui! (volta) Todos queremos crer de que eu serei sincero em dizer dos meus problemas, que eu serei sincero nas minhas limitações, principalmente se formos dividir um momento de intimidade. (pausa) Eu não tenho nada a perder.

(Lumberjack vira um gole grande de alguma garrafa de vodka e lambe o rosto dos atores com muita selvageria)

LUMBERJACK
Meus amigos. Atores também. Limpos, livres. (pausa) Quando eu descobri foi um dia complicado. Amarrei uma corda no pescoço, eu assumo. Virei um bundão e decidi naquela hora que eu já não tinha mais motivo pra viver. Amarrei a corda no cano do chuveiro, coloquei um banquinho, subi em cima... e caguei no pau. Fui bundão duas vezes. Desisti no último segundo. “Se eu vou viver com essa merda, mais justo que o mundo inteiro também tenha, porque aí eu não preciso me preocupar.” (pausa) Quem ia querer ser o amor da minha vida depois de saber daquilo? Quem ia querer dividir sua intimidade sexual comigo depois de saber que agora eu fazia parte da estatística? Não estamos mais falando da doença do macaco, o HIV já era doença vencida naquela altura do campeonato, os que tiveram que morrer já tinham morrido, agora já fazia parte da história passada. O bagulho novo estava a um passo a frente na nova ordem da evolução. Mutação genética e vitamina web sobrenatural, carregada de preconceito religioso e moral. Tudo o que vem do sexo é e sempre foi considerado sujo e abominado, pela vergonha de nos submetermos de quatro ao prazer.

(ouvimos uma gritaria de chimpanzés; Lumberjack se torna um macaco e surge com um cacho de bananas)

LUMBERJACK
Tudo o que um macaco faz: ele come, ele trepa, ele bate uma punheta, ele dorme. Aí ele come, ele trepa, ele bate uma punheta e ele dorme. Depois ele come, aí ele trepa, ele bate uma punheta e depois ele dorme. Aí ele come, ele trepa, ele bate uma punheta e depois ele dorme. Qual é a diferença do macaco para com o ser humano? No meio tempo, no tempo livre, o ser humano procura culpa nos seus instintos naturais. E teorias da conspiração nos apresentam até culpa em cartório da própria indústria farmacêutica! Alguns dizem que muitas das doenças são alimentadas porque o lucro é mais importante do que a vida. Se o doente se cura, quem vai pagar pela indústria dos próximos passos científicos? E com uma bancada religiosa querendo cuidar do que eu faço ou deixo de fazer com a minha genitália, é muito provável que a culpa continue sendo espalhada, e que o sexo continue sendo considerado algo perigoso. Não estou negando a existência do vírus, longe disso. Ele existe, ele está aqui no meu sangue. Estou colocando em pratos o porquê de tamanha preocupação social e da moralidade do sujo, daquele que é considerado impuro, quando se fala em doenças sexualmente transmissíveis. Dizem que muitos morreram mais pelo definhamento emocional, do que realmente pela potência da doença em si. Muitos teriam sobrevivido por mais tempo, se desconhecessem da doença, é uma teoria. O que afundava o portador do vírus do HIV contra a luta pela vida, para recuperar o seu sistema imunológico, era mais o medo da sociedade e do preconceito do que a força da doença em seu sangue. Hoje eu estou mais forte e mais confiante, por isso sugiro que confira se não há nenhuma agulha em sua cadeira nesse instante.

(a Atriz consegue tirar sua mordaça)

ATRIZ
Você é viado! Você deveria ter me falado que era viado! Isso é uma doença de viado, seu viado filho da puta! Você comia seus machos e depois vinha me falar de amor!

LUMBERJACK
Era amor. Foi amor. É amor.

ATRIZ
Meu cu! Você quer me enfiar nessa putaria que você se meteu. Eu sou de boa família, seu desgraçado! Eu tenho família e sou conhecida na cidade! Vocês que começaram com essa nojeira homossexual e dessa mistura de espécies vão afundar a nossa sociedade. Deus dá o castigo àquele que merece! O castigo divino é real, meu caro. A troca de fluídos é castigada desde os primórdios. Freud já dizia. Freud já dizia!

LUMBERJACK
Freud nunca disse isso.

ATRIZ
Meu cu! Você me desamarra dessa merda agora, Jack! Não faça isso comigo, pelo amor de deus! Eu tenho pai e mãe!

LUMBERJACK
Todos nós vamos poder nos divertir sem preocupação depois que eu concluir.

ATRIZ
(grita) Seu filho de uma puta!

(Lumberjack amordaça a atriz novamente; os dois atores se contorcem e gemem sem sucesso na fuga)

LUMBERJACK
A troca de fluídos é uma delícia.

(de um saco plástico, Lumberjack retira algumas camisinhas usadas e coloca a mistura de sêmen em um jarro de vidro; ele cospe na mistura, corta algum pedaço de unha, corta alguns fios de cabelo, raspa a sola do pé, e por fim, mija dentro do jarro assoviando calmamente)

LUMBERJACK
A evolução é feita com base na troca de fluídos. Na mistura de bactérias, poeira e vírus.

(antes de ele beber a mistura, black-out)

FIM DO PRIMEIRO ATO

2º ATO

(no escuro)

LUMBERJACK
Vamos todos brincar de poesia? Um pouco de romance nessa putaria, por favor.

(as luzes se acendem em um show; os dois atores dançam bregamente ao lado de Lumberjack)

LUMBERJACK
“Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte

Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema

Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia

O amor nos torna
Patéticos
Sexo é uma selva
De epiléticos

Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão

Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Uh!

Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem

Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade

Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois

Sexo vem dos outros
E vai embora
Amor vem de nós
E demora

Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão

Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Oh!

Amor é isso
Sexo é aquilo
E coisa e tal
E tal e coisa
Uh! Uh! Uh!
Ai o amor
Hum! O sexo” (Rita Lee)

(os atores saem de cena; Lumberjack fica sozinho e acende um cigarro)

LUMBERJACK
Me disseram que eu não sei ser limpo, que eu não sei ser poético, que eu não sei falar outra coisa que não seja baixaria e palavrão. Pessoas que nascem como eu, com a libido a flor da pele, com a libido proibida pela religião, tendem a se converterem em uma liberdade sexual e libertina mais selvagem do que quem nasce em uma família liberal. Ainda mais com os meios de comunicação dessa nossa era. Era óbvio que eu seria desses impuros, que eu seria desses porcos sujos, que eu seria desses que só sabe falar pinto, cu e buceta, e que consequentemente sujaria o sangue com o castigo de deus. As coisas são do jeito que devem ser. Mas eu também sei parecer singelo, parecer bonito e parecer fofinho. Também sei falar poesia e sei conquistar os meus amores com palavras. É que o plano se tornou outro, na altura do campeonato.

(em vídeo vemos um blog com o título “Manual do Infectado”)

LUMBERJACK
O clube do carimbo! Em 2015, antes da cura, a polícia descobriu blogs e sites onde grupos de homens soropositivos de diversas partes do Brasil espalhavam táticas para infectar parceiros sexuais propositalmente. Adeptos do ‘bareback’, o sexo sem camisinha, esses homens compartilhavam dicas de como transmitir o HIV sem que o parceiro percebesse. A prática é considerada crime, obviamente, e causou grande preocupação na área da saúde e também no meio LGBT. Na web e nas baladas, eles ficaram conhecidos como o “clube do carimbo”. Nos blogs, compartilhavam diferentes técnicas para fazer sexo sem proteção ou até mesmo furar a camisinha. Fotos e vídeos ilustravam o “passo a passo” dos vitaminados, bonitos e bombados. (pausa) O nome disso era desespero da não aceitação, e da recusa sexual, culpa também do grande preconceito para com o soropositivo da época. Graças a deus essa fase da nossa tragédia existencial passou; a cura é confiável e positiva e ninguém mais precisa se preocupar com problemas de imunidade. (pausa) O novo vírus veio para outro propósito.

(em vídeo, vemos a mágica da web tecnologia em diversas imagens)

LUMBERJACK
É difícil compreender o funcionamento físico dessa nossa nova tecnologia. Álbuns de fotografias agora ocupam o espaço do tamanho de uma cabeça de alfinete. Arquivos e mais arquivos compartilhados flutuando pelas nossas cabeças, por dentro dessa sala, dentro dos nossos bolsos, por cima das nossas casas e das nossas cidades. Ondas de rádio e redes de Wi-Fi, vozes e imagens do passado como fantasmas flutuando nos cantos dos nossos quartos, aguardando uma conexão segura e estabilizada. Viroses para nossos Windows e bactérias no Facebook. Em 2021, no ano de mesmo nome do século que vivemos, a tecnologia encontrou uma forma de se procriar no nosso sangue. E com tanta pornografia, ela encontrou o meio mais fácil de se espalhar, visto o tesão humano. Não, não foi pelo amor.

VOZ
As definições de vírus foram atualizadas.

(ouvimos diversos barulhos conhecidos da internet: notificação de atualização do Facebook, abertura do Windows, toques de celular, toque clássico da Rede Globo, etc; Lumberjack transa com uma televisão)

LUMBERJACK
Na tela da TV,
No meio desse povo
A gente vai se ver na... porra da...
A gente vai se ver na... porra desse...
Caralho!

(ele goza; a televisão liga mostrando os mais variados programas; Lumberjack se encontra exausto)

LUMBERJACK
Eu não vou ter essa merda sozinho. Eu tenho que compartilhar. Eu tenho que espalhar pra que o mundo inteiro saiba, pra que o mundo inteiro tenha também. Assim eu não vou ser sozinho, eu não vou ser discriminado. Seremos todos iguais em sangue, iguais na sujeira e iguais no pecado. Meu manual criminoso é em vista da hipocrisia dos que se dizem “de bem”. Eu não quero ser olhado torto, eu não quero que sintam pena ou nojo de mim. Sua troca de fluído não é mais limpa que a minha, a gente tá todo mundo na mesma merda, no mesmo barco. Eu te curto, você me curte. Eu te sigo, você me segue. Eu te cutuco, você me cutuca. Vamos se furar nessa porra!

(ele tosse fraco; as luzes piscam e as ondas de rádio fazem estática; o vídeo pisca e muda de imagem de acordo com sua tossida doente)

LUMBERJACK
Eu tô morrendo. Eu quero que todo mundo morra.

(um foco destaca os dois atores conversando apaixonados em um canto; eles se acariciam romanticamente ao som de uma música romântica)

LUMBERJACK
(canta invejoso) “Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei

Nos seus olhos quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer

Pode ser que eu a encontre
Numa fila de cinema
Numa esquina
Ou numa mesa de bar

Procuro um amor
Que seja bom pra mim
Vou procurar
Eu vou até o fim

E eu vou tratá-la bem
Pra que ela não tenha medo
Quando começar a conhecer
Os meus segredos” (Frejat)

(Lumberjack cai fraco; os dois atores reparam no sofrimento de Lumberjack e se enojam)

ATRIZ
Cuidado, não chegue muito perto dele.

ATOR
Ele tem aquele problema, é?

ATRIZ
Tem. Cuidado, não chegue muito perto.

ATOR
Não pega desse jeito. Só com sexo ou com contato com o sangue. Você precisa começar a se informar melhor, gata.

ATRIZ
Vai saber, né? Ouvi dizer que uma garota pegou enquanto ela fazia uma troca de música pelo Bluetooth com um amigo dela.

ATOR
Besteira.

ATRIZ
Vai saber.

ATOR
(para o Lumberjack) Se você tivesse usado camisinha, nada disso estaria acontecendo, colega. Não foi por falta de informação, hein.

ATRIZ
Cada um tem aquilo que merece. Depois querem vir falar que deus não é justo nas suas punições.

ATOR
(ele ajuda Lumberjack a se levantar) Quer que eu chame uma ambulância?

ATRIZ
Não encoste nele, seu imbecil!

ATOR
Você tá bem?

(silêncio)

LUMBERJACK
Eu vou ficar bem. Vamos todos ficar muito bem e web atualizados.

(black-out; suspense; ouvimos barulhos de briga corporal)

FIM DO SEGUNDO ATO


3º E ÚLTIMO ATO

(quando as luzes se acendem, os dois atores estão novamente amordaçados e amarrados cada um em uma cadeira; duas camisinhas cheias de sangue estão posicionadas sob a cabeça dos dois atores; Lumberjack se apresenta como um palestrante)

LUMBERJACK
Lição número um: Nunca sinta piedade dos seres humanos. Ninguém sentirá piedade de você quando você estiver na merda, então não temos motivos pra tentarmos sermos melhores que eles. Na verdade, é até bom que a gente nunca tente ser melhor do que ninguém, não é?
Lição número dois: Nunca tenha medo de assumir a sua doença. Nós somos os especiais, somos nós quem merecemos maior atenção. Eles ainda possuem o risco, nós já passamos por esse obstáculo na vida. A vantagem é nossa; quem está em desvantagem costuma perder na vida. É a lei dos mais fortes.
Lição número três: converta-os para a tecnologia à força, estupre-os com cutucadas se for necessário. Ninguém pode viver sem a rede, não existe mais dinheiro sem a rede, não existe mais vida social sem a web social. Já estamos todos conectados por esse caralho, um caralho a mais ou um caralho a menos não vai fazer diferença. Essa é a doença necessária para a sobrevivência no século vinte e um. E os preconceituosos não se cansarão jamais!
E lição número quatro: (silêncio) Use sempre camisinha, porque gonorreia e sífilis ainda é um grande problema da saúde brasileira.

(Lumberjack estoura as duas camisinhas deixando cair o sangue na cabeça dos atores; imagens de panes virtuais bagunçam a cena, enquanto eles se chacoalham em choque; imagens de atualizações do Facebook e memes clássicos da internet)

LUMBERJACK
Seu preconceito é maior do que a doença! Isso daqui é uma ficção científica que não significa muita coisa na luta pela compreensão. Ninguém aqui queria ser didático no assunto, ninguém aqui quer parecer expert no assunto. (pausa) Somos todos vírus do nosso próprio planeta que chamamos de Terra. Tenha cuidado com o que você pensa dos problemas dos outros, talvez suas palavras e seus pré-julgamentos sexuais tem mais culpa da morte do que a própria bactéria. Nossos vícios não são diferentes no pré-julgamento das estrelas. Nossos vícios são primatas, são inúteis, são iguais. (pausa) Qual é a diferença moral daquele que pratica, do puto e da vadia, com aquele que só assiste pornografia na internet? Não há diferença nenhuma no esfrega-esfrega. Esfregue-se sem medo. Compartilhe suas idiotices no Facebook sem medo. Só temos essa vida mesmo.

(black-out)


FIM



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